segunda-feira, setembro 11, 2006

The End

Acabou-se o que era bom. Começa o ir e vir. O comboio. O metro. O stress semanal. E a beleza do fim-de-semana. A magnificência das sextas-feiras. Os deprimentes domingos. Começa tudo de novo...

Férias curiosas estas. Passei todo o tempo de vacances com um certo enjoo. Uma espécie de ressaca mental. Talvez devido à banalidade e falta de originalidade que por aí anda. Tudo o que encontro tem um aspecto copiado, reciclado, re-utilizado. Nos últimos meses apenas três coisas conseguiram realmente despertar-me da apatia onde sem querer me afundei. Três lufadas de ar fresco que me mantiveram no limiar da sanidade mental. No cinema, Y tu mamá también. Na música, a primeira incursão dos Nouvelle Vague. Nos livros, Por Quem os Sinos Dobram, de Hemingway. Parece que ainda há esperança.

Com o fim de férias perde o blogue o seu principal propósito. Vai-se a disponibilidade e o passatempo passa a obrigação. Assim termina este doentio monólogo. Até breve.

(@ The Pixies - Where Is My Mind)

Constatação da noite

Já cheira a final de férias.

(@ Goldfrapp - Ooh La La)

Duas vitórias e uma descoberta

Sharapova e Federer lá venceram o US Open nas respectivas categorias. Não se esperava outra coisa. Para mim, foi a descoberta do ténis. Desporto que até há poucas semanas simplesmente não ligava. A vida tem destas coisas.

(@ Estirpe Imperial - Esto es Madrid)

sábado, setembro 09, 2006

Grande filme!


Lucky Number Slevin - Há Dias de Azar

(@ Fatboy Slim - Praise You)

A ouvir... (X)


The Kooks

sexta-feira, setembro 08, 2006

Valkyrie

Acabei de ver Sharapova sovar um francês de mini-saia chamado Amelie Mauresmo (número 1 do ranking). Isto para escrever que ultimamente tenho passado noites mal dormidas à pala das raquetes. Olheiras por conta do US Open. Subitamente converti-me em hooligan do ténis. E tudo começou com a mesma Sharapova. Há uns dias, ao final da noite. Enquanto ela jogava com uma bimba francesa qualquer e eu procurava desesperadamente por algum canal que me mantivesse acordado. Foi tipo paixão à primeira vista. Mas só da minha parte. De certo que a jovem russa merece melhor que um português falhado como eu.
Há qualquer coisa em Sharapova que me fascina. E até parece mentira eu dizer isto. Eu, que sou dos maiores crítico de gajas desportistas. Eu, que nunca achei piada a eslavas. E agora, de rastos perante Sharapova. Não que ela seja especialmente gira. Tem uns ombros mais largos que os meus. Mas há nela qualquer coisa fora do normal. Não sei se é o estilo (na outra noite vestia um equipamento digno de qualquer gala) ou aquela postura altiva e guerreira. Ou as expressões de menina. Não sei. Mas sei que amanhã é a final do US Open. E é tempo de Sharapova enviar mais uma francesa para casa.

(@ The Kooks - See the World)

PS. Afinal a adversária de Sharapova na final não é francesa. É belga. Como se fizesse muita diferença.

Os que NÃO vieram ao Avante

Infelizmente, algumas crianças não puderam vir à Festa do Avante! comemorar a solidariedade internacionalista...

(@ Depeche Mode - Enjoy the Silence (Mike Shinoda remix))

O último vício

ZETAZEROALFA
(@ ZetaZeroAlfa - Tango Core)

Grandes frases do cinema (IV)



J. Rafferty: You're making a big mistake, man. A *big* mistake.
Dwight: You made a big mistake yourself... you didn't flush.


(@ Editors - All Sparks)

National Fashiongraphic ou Geração Morangos com skate

Raparigas com bolinhas. Rapazes com risquinhas.
Todos com merda na cabeça.

(@ Hole - Celebrity Skin)

quinta-feira, setembro 07, 2006

Julgam que é difícil ser pior que mau?

Estava na dúvida se havia de escrever este post. Mas que se lixe.
No outro dia vi a adaptação cinematográfica da banda desenhada do Hellboy. Filme mau. Mais que mau. Péssimo. Horrível! Daqueles sem ponta por onde pegar...
O argumento é realmente o mais marcante. Pela negativa. Chato, repetitivo, mal construído e cheio de clichés. Um autêntico atentado às comics de Mignola. E parece que o autor até participou na construção do argumento. Os efeitos especiais são do mais pobrezinho que tenho visto (até a BD é mais realista). Vá lá que os actores não comprometem. Mas também não surpreendem. Enfim, no geral o filme é algo entre os Power Rangers, o Exorcista e o Indiana Jones. Seria difícil fazer pior...
Mas para meu espanto, segundo o IMDB, estão a ser terminados dois telefilmes do Hellboy (com o mesmo elenco). E, surpresa das surpresas, já foi anunciada a sequela do primeiro filme. Resta-nos rezar para que tal coisa não chegue aos cinemas portugueses!

(@ Londinium SPQR - Fare Quadrato)

quarta-feira, setembro 06, 2006

Moda Primavera/Verão 2007

Parece que na edição deste ano da Festa do Avante! esteve presente uma bem apetrechada delegação norte-coreana. Segundo consta para apresentar a colecção Primavera/Verão do próximo ano. Mas não foram os únicos visitantes ilustres na Quinta da Atalaia...

(@ Anti-Flag - Die For Your Government)

Coisas que não gosto em blogues... (II)

Música (principalmente quando começa automaticamente sem botão para desligar). Talvez os autores não compreendam, mas há quem ouça a sua própria música enquanto passa revista a blogues...

(@ Rage Against The Machine - Voice of the Voiceless)

Coisas que não gosto em blogues...

Vídeos do youtube. É como quem diz não tenho nada para escrever, por isso vejam essa porcaria que eu vou ali e já volto...
Além disso, os vídeos consomem um exagero de tráfego internacional...

(@ Rage Against The Machine - No Shelter)

Porque às vezes me apetece emigrar para o Ártico...

Sou um gajo sem grandes traumas. Se for preciso dormir no chão durante duas semanas, faço-o sem reclamar. Se não puder dormir, melhor. Se for preciso racionar a alimentação durante o tempo que for preciso, cá estou eu. Se não houver banho quente (ou frio), televisão, telemóvel, carro ou qualquer outra coisa em que a espécie humana passou a depender, aguento na boa. Sempre me ensinaram que um homem é um homem e um bicho é um bicho. E eu sempre meti na cabeça que havia de ser um homem.
Também não tenho vícios. Não fumo. Não jogo a dinheiro. Só bebo em ocasiões especiais. E a única coisa que tinha e se podia asemelhar a vício - roer as unhas - deixei-a por causa de uma rapariga. Acho que foi a maior loucura que cometi por uma miúda, mas enfim...
Tudo isto para dizer que a única coisa que realmente não suporto é o calor. Este calor abafado e desconcertante, que me faz servir litros de água pelas palmas das mãos e dos pés. Foda-se, como odeio o calor... Já estamos em Setembro, pá! Não há meio disto acabar?

(@ Mad Caddies - Game Show)

Estado em que se encontra este blogue (VIII)

terça-feira, setembro 05, 2006

O pior blogue do mundo

Um amigo meu disse-me que este maçador monólogo internético é um sério candidato ao prémio de pior blogue do mundo. Só não levou dois murros na cara porque, além de ser meu amigo, até fundamentou bem a opinião.
Disse ele que escrevo posts exageradamente grandes, que ninguém tem paciência para ler. É verdade. Disse também que escrevo sobre assuntos que não interessam nem ao menino Jesus. O que também é verdade. Mesmo sabendo que se os mesmos posts fossem escritos por uma gaja, o blogue teria mais sucesso...
Mas enfim, muito pacientemente, lá lhe respondi que o blogue é meu e que faço dele o que bem me apetecer. Desde o início, o meu objectivo foi fazer disto um passatempo de férias. Sem qualquer tipo de obrigação perante ninguém. Uma coisa pessoal, absolutamente anti-mainstream, sem blogcounters. E acima de tudo, sem stress. Porque, embora não domine a gramática, gosto de escrever.

(@ Linda Martini - Amor Combate)

Grandes frases do cinema (III)



Sam: Whenever there is any doubt, there is no doubt. That's the first thing they teach you.
Vincent: Who taught you?
Sam: I don't remember. That's the second thing they teach you.


(@ Queens of the Stone Age - Burn the Witch)

Férias rimam com... (II)

Pro Evolution Soccer

(@ Sergio Mendes feat. The Black Eyed Peas - Mas Que Nada)

segunda-feira, setembro 04, 2006

Desculpem-me, mas tinha que escrever isto

É fácil fazer pouco de Cintra Torres. É fácil fazer pouco de Santana Lopes. É fácil fazer pouco de George W. Bush. Daniel Oliveira fá-lo quase todos os dias. Também é fácil fazer pouco de Daniel Oliveira (talvez seja por isso que ele desvia as atenções para Bush). São personagens contestáveis e acima de tudo caricaturáveis. Muitas vezes são os próprios que se caricaturam, facilitando a vida a todos os críticos de ocasião. Resumindo, são alvos fáceis. Qualquer um pode fazer pouco deles. No entanto, embora seja tão ou mais fácil fazer pouco de Rui Santos (comentador desportivo da Sic Notícias), ninguém lhe aponta o dedo. É por isso que dedico este post à referida personagem. Sim, porque como sou um miserável crítico de ocasião e reles blogger, tenho que fazer pouco de alguém que esteja ao meu alcance. É a vida, meus amigos. Realmente, não se compreende como alguém não ridiculariza o Rui Santos. O tipo é uma caricatura falante. A sua postura eu é que sei e fico tão bem na televisão misturada com o seu penteado manhoso e a autoridade com que fala de assuntos que na verdade não domina fazem com que Rui Santos seja uma espécie de fusão entre Mourinho e o prof. Bitaites. Até os pivots da estação olham para ele com uma certa condescendência, como quem vê uma criança de quatro anos comentar o Orçamento de Estado. Isto quando não se esforçam conter o riso, enquanto o comentador atribui notas aos jogadores com discursos à prof. Marcelo. E ainda me lembro quando Rui Santos ficou amuado ao tentar discutir aspectos técnicos de uma partida de futebol com... Humberto Coelho. Este, depois de muito aguentar, perguntou se Rui Santos já jogou à bola, ao que este respondeu com um silêncio que durou até ao fim do programa. Há até um amigo meu que jura a pés juntos ter visto Rui Santos comentar Economia, coisa que não posso confirmar embora gostasse muito de acreditar. Enfim, Rui Santos é daquela espécie de cromos raros que daqui a muitos anos, num serão com amigos, recordaremos com saudade. Não se percebe porque continua a ser ignorado pelos críticos de ocasião nacionais. Revêem-se nele, é?

(@ Bauhaus - Ziggy Stardust)

A ouvir... (IX)

Intolleranza

National Fashiongraphic

Uma fauna que ultimamente parece ter aumentado de número é a da crew MegaMass. Agora, sempre que vou à rua, ao Fórum ou a qualquer outro sítio, lá estão as bestas bronzeadas de pescoço largo e grandes músculos, vestindo t-shirts agarradas ao corpo. Para realçar as horas passadas no ginásio, lá está. O que fazem da vida não sei. Já estive num ginásio (por motivos de mera investigação, é claro) e vi com os meus olhos o tempo que essa fauna lá passa. Não acredito que sejam todos seguranças de discotecas. O que fazem da vida permanece para mim um mistério. E são cada vez mais. Não se multiplicam, mas parece que agora ter uma musculatura desproporcional está na moda e, surpresa das surpresas, atrai miúdas. Bem, se aquele visual atrai miúdas, está na altura de eu assinar um contrato de celibato. Mas isso é outra história. Enquanto estou para aqui a escrever, lá estão eles a levantar pesos. Quando chegarem a casa, beberão satisfeitos um batido de ovos para arruinar o fígado. E ao deitar, tomarão com visível orgulho a sua dose diária de MegaMass, uns pozinhos mágicos que aumentam a massa muscular. E se mesmo assim não se sentirem satisfeitos, podem sempre recorrer a esteróides ou outras drogas do mesmo calibre. É esta gente que dá significado à máxima grega mens sana in corpore sano. Pelas piores razões.

(@ Pearl Jam - Dissident)

domingo, setembro 03, 2006

Grandes frases do cinema (II)


Danny: Cause the house always wins. Play long enough, you never change the stakes. The house takes you. Unless, when that perfect hand comes along, you bet and you bet big, then you take the house.
[pause]
Rusty: Been practicing this speech, haven't you?
Danny: Little bit. Did I rush it? Felt I rushed it.
Rusty: No, it was good, I liked it.



(@ Rob Dougan - Furious Angel (Instrumental))

Juro!

A próxima pessoa que me perguntar porque não fui à Festa do Avante! leva um tiro!

(@ ZetaZeroAlfa - Entra a Spinta!)

PS. Se for uma rapariga jeitosa pode ser que eu seja condescendente e me fique apenas por alguns palavrões. Mesmo assim, não dou garantias...

Férias rimam com...

McFlurry
(a única razão que me faz entrar num McDonald's)

(@ The Cure - Boys Don't Cry)

sábado, setembro 02, 2006

From the flaming forest to Grass

1) Estou de férias e não tenho grande pachorra para polémicas. Mas vou abrir aqui uma excepção. Há uns dias andava para aí uma tremenda discussão porque Eduardo Cintra Torres, (esse questionável guru da crítica em Portugal) afirmou que a RTP tinha sido sujeita a pressões do governo para evitar conceder tanto tempo de antena aos incêndios nacionais (que grande frase). Gerou-se logo uma grande confusão, com direito a acusações de censura, artigos ácidos nos jornais, bengaladas televisivas e muito bla bla bla (ah pois é, ainda estamos em Silly Season). Meus amigos, se o Cintra Torres diz que não há incêndios na RTP, é da maneira que eu ligo a RTP enquanto estiver a saborear a minha refeição (isto se estiver a comer a horas de telejornal). Farto (até aos cabelos) estou eu de ver a sensacionalista e vergonhosa cobertura que os repórteres (não me atrevo a chamá-los jornalistas) televisivos fazem dos incêndios em Portugal.

2) Volto à carga para quebrar de novo a regra das polémicas. Aproveito e quebro já outra regra deste blogue: não falar de política. Como disse, estou de férias e não há pachorra para certas coisas. Mas enfim, cá vai. Há umas valentes semanas rebentou a polémica Günther Grass. Consta que esse intelectual alemão, vencedor de um prémio Nobel e (ou seja) pessoa muito considerada pela esquerda europeia, pertenceu às Waffen SS. Pronto, é logo meio caminho andado para ser falado pelo resto do Mundo. Ou isso ou ser namorada do Ronaldo (o gordo, não o da Merche). Mas Grass já é velhote e não consta que seja dado a essas brincadeiras. Enfim, mais uma vez gerou-se uma grande confusão, com direito a acusações de vário tipo, artigos ácidos nos jornais, bengaladas televisivas e muito bla bla bla (até porque estamos em Silly Season). E houve logo cabecinhas geniais que se lembraram que Grass é um criminoso desprezível por ter pertencido a uma organização de que também faziam parte os guardas dos campos de concentração e personagens tão tenebrosas como Heinrich Himmler ou até Joseph Mengele. Oh, que heresia! Até porque qualquer um é criminoso por ser do mesmo clube que os gajos do gangue do Multibanco (não confundir com estes tipos novos que copiam cartões, que são certamente adeptos do Steua de Bucareste e não merecem por isso qualquer atenuante). Tenham mas é juízo e deixem de ser preconceituosos! Não que Grass se importe. Já deve ter amealhado bastante com esta sua autobiografia. Mas cá vai um esclarecimento para os mais interessados. As Waffen SS foram uma tropa especial de voluntários, muito bem preparados fisica, politica e psicologicamente. Nas suas fileiras combateram milhares de voluntários dos mais variados países. Foram eles que impediram que a ofensiva Aliada que se seguiu ao Dia-D fosse um passeio até Berlim. Grass é tão culpado por ter integrado as Waffen SS como Orwell é culpado por ter lutado ao lado dos trotskistas do POUM na Guerra Civil Espanhola.

(@ Zero7 - In The Waiting Line)

P.S. Há até um prémio Nobel da Paz ex-primeiro-ministro da República Federal Alemã que no seu currículo tem passagem pelas Brigadas Internacionais. E Hemingway, outro Nobilizado, parece que também deu uma mãozinha à mesma organização. Também têm que devolver o prémio?

A ouvir... (VIII)

Femme Fatale

sexta-feira, setembro 01, 2006

Why can't I stop the clock?

Ultimamente tenho reparado que me anda a crescer a barba. É verdade! Confesso, não tenho barba e só uso a gillette de semana a semana. E só uso porque a minha mãe me obriga. Tenho mesmo poucos pêlos a enfeitar a face. Ou melhor, tinha. Agora é outra história. Também não pareço o Tony Ramos, mas enfim. Os pêlos começam a aparecer. É normal, eu sei. Anormal seria se não tivesse barba. Até porque sou um aluno universitário. Quase a usar traje académico. Há que ter um aspecto minimamente respeitável.

Mas enfim, fico triste. Fico triste por ver pêlos novos cada vez que me olho ao espelho. O que, na realidade, com uma cara como a minha, também não devia ser procedimento lá muito habitual. Mas a verdade é que as pilosidades da cara me demoraram muito tempo a crescer. No meu 8º ano já tinha colegas a usar pêra e só agora é que o meu queixo começa a picar. Talvez tenha um metabolismo lento, sei lá. Não é necessariamente mau. A falta de barba sempre serviu de desculpa às gajas que me acusavam de ser infantil. Pois sou. Nem barba tenho. Sou um puto, um chavaleco, uma criancinha. Parece que agora essa desculpa já não serve...

Esta história da barba também me lembra que já falta pouco para o meu aniversário. E começo a entrar naquela fase que nunca imaginaria entrar enquanto criança. Começo a ter pena de contar mais um ano. Sinto-me velho. Quando era puto sonhava com o tempo em que pudesse guiar, votar e ver filmes com bolinha vermelha no canto. Agora que já posso fazer isso tudo (e mais ainda), quero é que o relógio pare e me dê folga por uns tempos.

(@ Femme Fatale - Movin On)

Estado em que se encontra este blogue (VII)

Para quem ainda não se inteirou...

Hoje é Setembro!

(@ Foo Fighters - No Way Back)

quinta-feira, agosto 31, 2006

Comentário misógino do dia

Gajas: ou são pitas ou são putas.

(@ Editors - Munich)

Quem vê Caras não vê famosos...

Há dias tive oportunidade de folhear uma revista Caras. Fiquei surpreendido por não conhecer mais de metade das pessoas que apareciam nas páginas da revista. Não era suposto a Caras ser uma publicação sobre famosos? Das duas uma: ou não são tão famosos como isso ou sou eu que ando afastado da realidade. O que até seria uma hipótese bem plausível, não tivesse eu perguntado a alguns amigos se conheciam as personagens em questão. Pois. Na verdade o problema não é meu. Embora eu ande frequentemente alheado da realidade. Mas enfim, a conclusão a que cheguei após uma curta mas ampla sondagem é que nas páginas da Caras abundam mesmo ilustres desconhecidos rotulados como celebridades.

Fiquei ainda mais surpreendido por pouca gente ter ficado especialmente surpreendida com a minha surpreendente conclusão. E abro aqui um parênteses para explicar que a utilização intensiva de derivados do verbo surpreender é mesmo intencional, para tentar parecer um tipo intelectual e dar um ar mais cultural à coisa. Voltando ao assunto Caras, parece que fui dos últimos portugueses a perceber que não é preciso ser especialmente famoso para aparecer na revista. Que querem, isto de um gajo ler Nietzsche também tem os seus inconvenientes. Pensarão agora os meus leitores que esta última frase só serviu para me armar (mais um pouquinho) em intelectual. Mas não, era só uma finta. Até porque ainda não consegui chegar a meio do Assim Falava Zaratustra.

Escrevo tanto sobre coisas laterais ao tema principal que às vezes perco o fio à meada. Talvez sejam dificuldades de concentração. Agora tive que parar por uns momentos para tentar lembrar-me do rumo que queria dar ao texto. Mas acho que já encontrei. Ia dizer que isto da Caras é um alvo fácil para aspirantes a críticos pseudo-intelectuais com manias de superioridade. Como eu. Quer dizer, não é bem como eu. Porque se eu fosse como um desses sujeitos iria de seguida explicar que, se a Caras existe é porque há quem a compre, aproveitarando logo de seguida para apontar as elevadas tiragens da publicação como causa do subdesenvolvimento do país (atraso é demasiado old-fashioned). Mas não, não vou por aí. Até porque sei que em Espanha, país modelo para os mesmos críticos de há pouco, o negócio do JetSet (é assim que se escreve?) tem muito mais importância que neste pobre rectângulo de terra à beira-mar plantado. E talvez seja por isso, por sermos pobres e pequeninos, que temos um JetSet assim tipo praticamente desconhecido. E só há uma solução para este problema. Compremos a Caras para celebrizar as nossas pouco famosas celebridades. Support your local JetSet!

(@ Martin Solveig - Jealousy (Paul Kenny Remix))

A ouvir... (VII)

Bloc Party

Figlio della Montagna

Os passeios. A satisfação de chegar onde poucos conseguem para tirar aquela fotografia. Os desafios de Trivial Pursuit e as sessões de Herman Enciclopédia (o melhor programa de humor feito em Portugal). As conversas de saco-cama. O poker. O vodka. O ar puro. O tempo fresco. O silêncio. O sentimento de absoluta fusão com a natureza. De pertença a um lugar. Àquele lugar.
Foram assim os meus últimos dias.
E agora, subitamente de baterias bem carregadas. Pronto para iniciar a nova temporada universitária. Venham eles!

(@ La Caution - Thé à la menthe (Ocean's Twelve Soundtrack))

Et voilá...

Estou de volta!

(@ Boite Zuleika - Cão Muito Mau)

quarta-feira, agosto 23, 2006

Aviso à (improvável) navegação

Vou para longe da tecnologia durante uns dias. Deixo por isso pendente este enfadonho e deprimente monólogo que é o meu blogue. Pode ser que volte. Mas mesmo que não volte, não há crise. Duvido que alguém sequer repare na minha ausência.

(@ DDT - Mi sento strano)

Grandes leis da existência ou Two tickets torn in half

Primeiro a surpresa.
Depois a desilusão.

(@ Elliot Smith - Miss Misery)

A ouvir... (VI)


Kasabian

terça-feira, agosto 22, 2006

Hoje fui ao cinema

Começo já por embirrar com um dos hábitos mais estúpidos do Universo: as pipocas no cinema. Qual será a piada de comer milho no escuro? É para tentar saber o que sente uma galinha num aviário? Sinceramente não percebo. Até porque não gosto particularmente de pipocas. Fazem-me sede. Mas a questão nem é essa. Quem terá sido afinal o primeiro a levar pipocas para o cinema? Será que se esse indivíduo tivesse levado, sei lá, iogurtes, hoje o panorama seria diferente? Eu estaria melhor. De certeza. É que iogurtes, apesar de terem o inconveniente das nódoas e tal, não fazem tanto barulho para comer. É que, caso não saibam (o que duvido), o mastigar das pipocas é especialmente irritante para quem tentar concentrar-se num filme.

Mas pronto. Vamos voltar ao meu filme. Já estava eu a ficar mais descansado por finalmente os galináceos estarem a acabar as pipocas, quando um indivíduo qualquer da assistência mandou três peidos. Que as improváveis leitoras deste blogue não se ofendam. Bão tenho qualquer tipo de obsessão por gases intestinais. O problema é que não foram peidos normais. Foram peidos-ninja, daqueles tão silenciosos como mortais. Até ia caindo para o lado com o cheiro. Ainda pensei que tivesse sido o meu colega do lado o autor do ataque, até que ele olhou para mim com uma cara tão surpreendida como a minha. Surpreendida não. Assustada! Quase em pânico!

É incrível, um gajo paga 5€ pelo bilhete, tem que ouvir os outros mastigar pipocas, acabar os refrigerantes e fazer apartes estúpidos e ainda pode ser vítima de ataques biológicos. Não há direito!

(@ Pennywise - Mrs Robinson (cover))

GAME OVER, please insert coin...

Um dia ela disse-me para encarar a nossa relação como um jogo. Até que deixou de falar comigo. Quer dizer que perdi?

(@ Joy Division - She's Lost Control)

Outro post sem qualquer interesse

Agora já é terça-feira.

(@ Daft Punk - Harder, Better, Faster, Stronger)

segunda-feira, agosto 21, 2006

Um post sem qualquer interesse

Ainda é segunda-feira.

(@ Daft Punk - Sweet Dreams (remix))

Fabulosas comparações

As melhores ideias para posts são como os peidos malcheirosos: aparecem quando menos se espera.

(@ Foo Fighters - The One)

Estado em que se encontra este blogue (VI)

Coisas que às vezes me acontecem

Descobrir o sentido da vida no fundo de uma imperial.

(@ Audio Bullys - We Don't Care)

Homens deste país, uni-vos contra a praga dos metrosexuais!

Outra moda que por aí anda a pegar é a dos metrosexuais. As reportagens que as televisões fazem acerca do assunto são tantas que até parece que a imprensa tem algo a lucrar com a massificação da metrosexualidade (isto existe?). E talvez tenha mesmo...
Homens que fazem a manicure? Homens que se depilam? Que passam horas e horas no ginásio? Que demoram mais tempo na casa-de-banho que as gajas? Foda-se! Mas que é isto? Não sou adepto do cheiro a cavalo ou da meirelice (com origem na expressão Meireles, aplicado aos pintas da meia da raquete, do fato de treino da praça, do palito no canto da boca e da unha do mindinho exageradamente grande). Deve haver um mínimo de preocupação com a imagem. Mas há limites! Na minha viagem de finalistas fiquei no quarto de um tipo que depois de tomar banho tinha que colocar um gorro durante meia-hora e só depois podia sair do quarto do hotel. Quer dizer, saía depois de trocar duas ou três vezes de toillete e de olhar vezes sem conta para o espelho. 'Tá tudo doido?
Meus amigos, as mulheres superam os homens em quase tudo. Uma das únicas vantagens que até agora mantinhamos era o sentido prático das coisas. Deixem-se de mariquices!

(@ Courtney Love - Mono)

domingo, agosto 20, 2006

A ouvir... (V)


Rage Against the Machine

O mistério da colecção masculina desaparecida

Ainda sobre modas, recentemente fui à Bershka (é assim que se escreve?). Disseram-me que agora a marca também vende roupa para homem. Lá entrei na loja para ver o que havia para mim. Para meu espanto, não encontrei roupa para homem. Misteriosamente. Vi manequins, sim senhor. Cheguei até a identificar rapazes nas cabines de prova. Andei às voltas pela loja para tentar descobrir o beco onde se escondia a colecção masculina. Sem sucesso. Roupa para homem não encontrei. Fiquei triste.

(@ Clã - Corda Bamba)

Marx vai à maquina de lavar

A última aposta das grandes cadeias internacionais de roupa jovem parece ser a moda soviética. Nas novas colecções de várias marcas abundam os caracteres cirílicos, as foices e martelos, as estrelas vermelhas, os soldados russos e toda a estética estalinista. É a ironia do destino. Depois de Che Guevara convertido em ícone pop temos finalmente o grande capital a aproveitar os amanhãs que cantam para vender t-shirts. Ao menos agora já não há desculpas para os jovens comunistas continuarem rotos...

(@ Bloc Party - Two More Years)