segunda-feira, setembro 11, 2006

The End

Acabou-se o que era bom. Começa o ir e vir. O comboio. O metro. O stress semanal. E a beleza do fim-de-semana. A magnificência das sextas-feiras. Os deprimentes domingos. Começa tudo de novo...

Férias curiosas estas. Passei todo o tempo de vacances com um certo enjoo. Uma espécie de ressaca mental. Talvez devido à banalidade e falta de originalidade que por aí anda. Tudo o que encontro tem um aspecto copiado, reciclado, re-utilizado. Nos últimos meses apenas três coisas conseguiram realmente despertar-me da apatia onde sem querer me afundei. Três lufadas de ar fresco que me mantiveram no limiar da sanidade mental. No cinema, Y tu mamá también. Na música, a primeira incursão dos Nouvelle Vague. Nos livros, Por Quem os Sinos Dobram, de Hemingway. Parece que ainda há esperança.

Com o fim de férias perde o blogue o seu principal propósito. Vai-se a disponibilidade e o passatempo passa a obrigação. Assim termina este doentio monólogo. Até breve.

(@ The Pixies - Where Is My Mind)

Constatação da noite

Já cheira a final de férias.

(@ Goldfrapp - Ooh La La)

Duas vitórias e uma descoberta

Sharapova e Federer lá venceram o US Open nas respectivas categorias. Não se esperava outra coisa. Para mim, foi a descoberta do ténis. Desporto que até há poucas semanas simplesmente não ligava. A vida tem destas coisas.

(@ Estirpe Imperial - Esto es Madrid)

sábado, setembro 09, 2006

Grande filme!


Lucky Number Slevin - Há Dias de Azar

(@ Fatboy Slim - Praise You)

A ouvir... (X)


The Kooks

sexta-feira, setembro 08, 2006

Valkyrie

Acabei de ver Sharapova sovar um francês de mini-saia chamado Amelie Mauresmo (número 1 do ranking). Isto para escrever que ultimamente tenho passado noites mal dormidas à pala das raquetes. Olheiras por conta do US Open. Subitamente converti-me em hooligan do ténis. E tudo começou com a mesma Sharapova. Há uns dias, ao final da noite. Enquanto ela jogava com uma bimba francesa qualquer e eu procurava desesperadamente por algum canal que me mantivesse acordado. Foi tipo paixão à primeira vista. Mas só da minha parte. De certo que a jovem russa merece melhor que um português falhado como eu.
Há qualquer coisa em Sharapova que me fascina. E até parece mentira eu dizer isto. Eu, que sou dos maiores crítico de gajas desportistas. Eu, que nunca achei piada a eslavas. E agora, de rastos perante Sharapova. Não que ela seja especialmente gira. Tem uns ombros mais largos que os meus. Mas há nela qualquer coisa fora do normal. Não sei se é o estilo (na outra noite vestia um equipamento digno de qualquer gala) ou aquela postura altiva e guerreira. Ou as expressões de menina. Não sei. Mas sei que amanhã é a final do US Open. E é tempo de Sharapova enviar mais uma francesa para casa.

(@ The Kooks - See the World)

PS. Afinal a adversária de Sharapova na final não é francesa. É belga. Como se fizesse muita diferença.

Os que NÃO vieram ao Avante

Infelizmente, algumas crianças não puderam vir à Festa do Avante! comemorar a solidariedade internacionalista...

(@ Depeche Mode - Enjoy the Silence (Mike Shinoda remix))

O último vício

ZETAZEROALFA
(@ ZetaZeroAlfa - Tango Core)

Grandes frases do cinema (IV)



J. Rafferty: You're making a big mistake, man. A *big* mistake.
Dwight: You made a big mistake yourself... you didn't flush.


(@ Editors - All Sparks)

National Fashiongraphic ou Geração Morangos com skate

Raparigas com bolinhas. Rapazes com risquinhas.
Todos com merda na cabeça.

(@ Hole - Celebrity Skin)

quinta-feira, setembro 07, 2006

Julgam que é difícil ser pior que mau?

Estava na dúvida se havia de escrever este post. Mas que se lixe.
No outro dia vi a adaptação cinematográfica da banda desenhada do Hellboy. Filme mau. Mais que mau. Péssimo. Horrível! Daqueles sem ponta por onde pegar...
O argumento é realmente o mais marcante. Pela negativa. Chato, repetitivo, mal construído e cheio de clichés. Um autêntico atentado às comics de Mignola. E parece que o autor até participou na construção do argumento. Os efeitos especiais são do mais pobrezinho que tenho visto (até a BD é mais realista). Vá lá que os actores não comprometem. Mas também não surpreendem. Enfim, no geral o filme é algo entre os Power Rangers, o Exorcista e o Indiana Jones. Seria difícil fazer pior...
Mas para meu espanto, segundo o IMDB, estão a ser terminados dois telefilmes do Hellboy (com o mesmo elenco). E, surpresa das surpresas, já foi anunciada a sequela do primeiro filme. Resta-nos rezar para que tal coisa não chegue aos cinemas portugueses!

(@ Londinium SPQR - Fare Quadrato)

quarta-feira, setembro 06, 2006

Moda Primavera/Verão 2007

Parece que na edição deste ano da Festa do Avante! esteve presente uma bem apetrechada delegação norte-coreana. Segundo consta para apresentar a colecção Primavera/Verão do próximo ano. Mas não foram os únicos visitantes ilustres na Quinta da Atalaia...

(@ Anti-Flag - Die For Your Government)

Coisas que não gosto em blogues... (II)

Música (principalmente quando começa automaticamente sem botão para desligar). Talvez os autores não compreendam, mas há quem ouça a sua própria música enquanto passa revista a blogues...

(@ Rage Against The Machine - Voice of the Voiceless)

Coisas que não gosto em blogues...

Vídeos do youtube. É como quem diz não tenho nada para escrever, por isso vejam essa porcaria que eu vou ali e já volto...
Além disso, os vídeos consomem um exagero de tráfego internacional...

(@ Rage Against The Machine - No Shelter)

Porque às vezes me apetece emigrar para o Ártico...

Sou um gajo sem grandes traumas. Se for preciso dormir no chão durante duas semanas, faço-o sem reclamar. Se não puder dormir, melhor. Se for preciso racionar a alimentação durante o tempo que for preciso, cá estou eu. Se não houver banho quente (ou frio), televisão, telemóvel, carro ou qualquer outra coisa em que a espécie humana passou a depender, aguento na boa. Sempre me ensinaram que um homem é um homem e um bicho é um bicho. E eu sempre meti na cabeça que havia de ser um homem.
Também não tenho vícios. Não fumo. Não jogo a dinheiro. Só bebo em ocasiões especiais. E a única coisa que tinha e se podia asemelhar a vício - roer as unhas - deixei-a por causa de uma rapariga. Acho que foi a maior loucura que cometi por uma miúda, mas enfim...
Tudo isto para dizer que a única coisa que realmente não suporto é o calor. Este calor abafado e desconcertante, que me faz servir litros de água pelas palmas das mãos e dos pés. Foda-se, como odeio o calor... Já estamos em Setembro, pá! Não há meio disto acabar?

(@ Mad Caddies - Game Show)

Estado em que se encontra este blogue (VIII)

terça-feira, setembro 05, 2006

O pior blogue do mundo

Um amigo meu disse-me que este maçador monólogo internético é um sério candidato ao prémio de pior blogue do mundo. Só não levou dois murros na cara porque, além de ser meu amigo, até fundamentou bem a opinião.
Disse ele que escrevo posts exageradamente grandes, que ninguém tem paciência para ler. É verdade. Disse também que escrevo sobre assuntos que não interessam nem ao menino Jesus. O que também é verdade. Mesmo sabendo que se os mesmos posts fossem escritos por uma gaja, o blogue teria mais sucesso...
Mas enfim, muito pacientemente, lá lhe respondi que o blogue é meu e que faço dele o que bem me apetecer. Desde o início, o meu objectivo foi fazer disto um passatempo de férias. Sem qualquer tipo de obrigação perante ninguém. Uma coisa pessoal, absolutamente anti-mainstream, sem blogcounters. E acima de tudo, sem stress. Porque, embora não domine a gramática, gosto de escrever.

(@ Linda Martini - Amor Combate)

Grandes frases do cinema (III)



Sam: Whenever there is any doubt, there is no doubt. That's the first thing they teach you.
Vincent: Who taught you?
Sam: I don't remember. That's the second thing they teach you.


(@ Queens of the Stone Age - Burn the Witch)

Férias rimam com... (II)

Pro Evolution Soccer

(@ Sergio Mendes feat. The Black Eyed Peas - Mas Que Nada)

segunda-feira, setembro 04, 2006

Desculpem-me, mas tinha que escrever isto

É fácil fazer pouco de Cintra Torres. É fácil fazer pouco de Santana Lopes. É fácil fazer pouco de George W. Bush. Daniel Oliveira fá-lo quase todos os dias. Também é fácil fazer pouco de Daniel Oliveira (talvez seja por isso que ele desvia as atenções para Bush). São personagens contestáveis e acima de tudo caricaturáveis. Muitas vezes são os próprios que se caricaturam, facilitando a vida a todos os críticos de ocasião. Resumindo, são alvos fáceis. Qualquer um pode fazer pouco deles. No entanto, embora seja tão ou mais fácil fazer pouco de Rui Santos (comentador desportivo da Sic Notícias), ninguém lhe aponta o dedo. É por isso que dedico este post à referida personagem. Sim, porque como sou um miserável crítico de ocasião e reles blogger, tenho que fazer pouco de alguém que esteja ao meu alcance. É a vida, meus amigos. Realmente, não se compreende como alguém não ridiculariza o Rui Santos. O tipo é uma caricatura falante. A sua postura eu é que sei e fico tão bem na televisão misturada com o seu penteado manhoso e a autoridade com que fala de assuntos que na verdade não domina fazem com que Rui Santos seja uma espécie de fusão entre Mourinho e o prof. Bitaites. Até os pivots da estação olham para ele com uma certa condescendência, como quem vê uma criança de quatro anos comentar o Orçamento de Estado. Isto quando não se esforçam conter o riso, enquanto o comentador atribui notas aos jogadores com discursos à prof. Marcelo. E ainda me lembro quando Rui Santos ficou amuado ao tentar discutir aspectos técnicos de uma partida de futebol com... Humberto Coelho. Este, depois de muito aguentar, perguntou se Rui Santos já jogou à bola, ao que este respondeu com um silêncio que durou até ao fim do programa. Há até um amigo meu que jura a pés juntos ter visto Rui Santos comentar Economia, coisa que não posso confirmar embora gostasse muito de acreditar. Enfim, Rui Santos é daquela espécie de cromos raros que daqui a muitos anos, num serão com amigos, recordaremos com saudade. Não se percebe porque continua a ser ignorado pelos críticos de ocasião nacionais. Revêem-se nele, é?

(@ Bauhaus - Ziggy Stardust)

A ouvir... (IX)

Intolleranza

National Fashiongraphic

Uma fauna que ultimamente parece ter aumentado de número é a da crew MegaMass. Agora, sempre que vou à rua, ao Fórum ou a qualquer outro sítio, lá estão as bestas bronzeadas de pescoço largo e grandes músculos, vestindo t-shirts agarradas ao corpo. Para realçar as horas passadas no ginásio, lá está. O que fazem da vida não sei. Já estive num ginásio (por motivos de mera investigação, é claro) e vi com os meus olhos o tempo que essa fauna lá passa. Não acredito que sejam todos seguranças de discotecas. O que fazem da vida permanece para mim um mistério. E são cada vez mais. Não se multiplicam, mas parece que agora ter uma musculatura desproporcional está na moda e, surpresa das surpresas, atrai miúdas. Bem, se aquele visual atrai miúdas, está na altura de eu assinar um contrato de celibato. Mas isso é outra história. Enquanto estou para aqui a escrever, lá estão eles a levantar pesos. Quando chegarem a casa, beberão satisfeitos um batido de ovos para arruinar o fígado. E ao deitar, tomarão com visível orgulho a sua dose diária de MegaMass, uns pozinhos mágicos que aumentam a massa muscular. E se mesmo assim não se sentirem satisfeitos, podem sempre recorrer a esteróides ou outras drogas do mesmo calibre. É esta gente que dá significado à máxima grega mens sana in corpore sano. Pelas piores razões.

(@ Pearl Jam - Dissident)

domingo, setembro 03, 2006

Grandes frases do cinema (II)


Danny: Cause the house always wins. Play long enough, you never change the stakes. The house takes you. Unless, when that perfect hand comes along, you bet and you bet big, then you take the house.
[pause]
Rusty: Been practicing this speech, haven't you?
Danny: Little bit. Did I rush it? Felt I rushed it.
Rusty: No, it was good, I liked it.



(@ Rob Dougan - Furious Angel (Instrumental))

Juro!

A próxima pessoa que me perguntar porque não fui à Festa do Avante! leva um tiro!

(@ ZetaZeroAlfa - Entra a Spinta!)

PS. Se for uma rapariga jeitosa pode ser que eu seja condescendente e me fique apenas por alguns palavrões. Mesmo assim, não dou garantias...

Férias rimam com...

McFlurry
(a única razão que me faz entrar num McDonald's)

(@ The Cure - Boys Don't Cry)

sábado, setembro 02, 2006

From the flaming forest to Grass

1) Estou de férias e não tenho grande pachorra para polémicas. Mas vou abrir aqui uma excepção. Há uns dias andava para aí uma tremenda discussão porque Eduardo Cintra Torres, (esse questionável guru da crítica em Portugal) afirmou que a RTP tinha sido sujeita a pressões do governo para evitar conceder tanto tempo de antena aos incêndios nacionais (que grande frase). Gerou-se logo uma grande confusão, com direito a acusações de censura, artigos ácidos nos jornais, bengaladas televisivas e muito bla bla bla (ah pois é, ainda estamos em Silly Season). Meus amigos, se o Cintra Torres diz que não há incêndios na RTP, é da maneira que eu ligo a RTP enquanto estiver a saborear a minha refeição (isto se estiver a comer a horas de telejornal). Farto (até aos cabelos) estou eu de ver a sensacionalista e vergonhosa cobertura que os repórteres (não me atrevo a chamá-los jornalistas) televisivos fazem dos incêndios em Portugal.

2) Volto à carga para quebrar de novo a regra das polémicas. Aproveito e quebro já outra regra deste blogue: não falar de política. Como disse, estou de férias e não há pachorra para certas coisas. Mas enfim, cá vai. Há umas valentes semanas rebentou a polémica Günther Grass. Consta que esse intelectual alemão, vencedor de um prémio Nobel e (ou seja) pessoa muito considerada pela esquerda europeia, pertenceu às Waffen SS. Pronto, é logo meio caminho andado para ser falado pelo resto do Mundo. Ou isso ou ser namorada do Ronaldo (o gordo, não o da Merche). Mas Grass já é velhote e não consta que seja dado a essas brincadeiras. Enfim, mais uma vez gerou-se uma grande confusão, com direito a acusações de vário tipo, artigos ácidos nos jornais, bengaladas televisivas e muito bla bla bla (até porque estamos em Silly Season). E houve logo cabecinhas geniais que se lembraram que Grass é um criminoso desprezível por ter pertencido a uma organização de que também faziam parte os guardas dos campos de concentração e personagens tão tenebrosas como Heinrich Himmler ou até Joseph Mengele. Oh, que heresia! Até porque qualquer um é criminoso por ser do mesmo clube que os gajos do gangue do Multibanco (não confundir com estes tipos novos que copiam cartões, que são certamente adeptos do Steua de Bucareste e não merecem por isso qualquer atenuante). Tenham mas é juízo e deixem de ser preconceituosos! Não que Grass se importe. Já deve ter amealhado bastante com esta sua autobiografia. Mas cá vai um esclarecimento para os mais interessados. As Waffen SS foram uma tropa especial de voluntários, muito bem preparados fisica, politica e psicologicamente. Nas suas fileiras combateram milhares de voluntários dos mais variados países. Foram eles que impediram que a ofensiva Aliada que se seguiu ao Dia-D fosse um passeio até Berlim. Grass é tão culpado por ter integrado as Waffen SS como Orwell é culpado por ter lutado ao lado dos trotskistas do POUM na Guerra Civil Espanhola.

(@ Zero7 - In The Waiting Line)

P.S. Há até um prémio Nobel da Paz ex-primeiro-ministro da República Federal Alemã que no seu currículo tem passagem pelas Brigadas Internacionais. E Hemingway, outro Nobilizado, parece que também deu uma mãozinha à mesma organização. Também têm que devolver o prémio?

A ouvir... (VIII)

Femme Fatale

sexta-feira, setembro 01, 2006

Why can't I stop the clock?

Ultimamente tenho reparado que me anda a crescer a barba. É verdade! Confesso, não tenho barba e só uso a gillette de semana a semana. E só uso porque a minha mãe me obriga. Tenho mesmo poucos pêlos a enfeitar a face. Ou melhor, tinha. Agora é outra história. Também não pareço o Tony Ramos, mas enfim. Os pêlos começam a aparecer. É normal, eu sei. Anormal seria se não tivesse barba. Até porque sou um aluno universitário. Quase a usar traje académico. Há que ter um aspecto minimamente respeitável.

Mas enfim, fico triste. Fico triste por ver pêlos novos cada vez que me olho ao espelho. O que, na realidade, com uma cara como a minha, também não devia ser procedimento lá muito habitual. Mas a verdade é que as pilosidades da cara me demoraram muito tempo a crescer. No meu 8º ano já tinha colegas a usar pêra e só agora é que o meu queixo começa a picar. Talvez tenha um metabolismo lento, sei lá. Não é necessariamente mau. A falta de barba sempre serviu de desculpa às gajas que me acusavam de ser infantil. Pois sou. Nem barba tenho. Sou um puto, um chavaleco, uma criancinha. Parece que agora essa desculpa já não serve...

Esta história da barba também me lembra que já falta pouco para o meu aniversário. E começo a entrar naquela fase que nunca imaginaria entrar enquanto criança. Começo a ter pena de contar mais um ano. Sinto-me velho. Quando era puto sonhava com o tempo em que pudesse guiar, votar e ver filmes com bolinha vermelha no canto. Agora que já posso fazer isso tudo (e mais ainda), quero é que o relógio pare e me dê folga por uns tempos.

(@ Femme Fatale - Movin On)

Estado em que se encontra este blogue (VII)

Para quem ainda não se inteirou...

Hoje é Setembro!

(@ Foo Fighters - No Way Back)