segunda-feira, agosto 14, 2006

SW: Crónicas

A grande vantagem do Sudoeste é colocar um adolescente imberbe por conta própria. Segundo parece, o meu pai e o meu avô devem ter passado por uma experiência parecida na tropa. A diferença é que não pagavam 70€ pelo bilhete e tinham direito a instrução com armas de fogo e ainda a insultos à borla. O que não é necessariamente uma vantagem. A última parte, claro.
No Sudoeste não há cá mariquices de comidinha da mamã, caminha feita e duches de água quente. Lavar as mãos é mentira. É a sobrevivência no sentido (quase) mais puro. Quase, porque ainda apanhei sem querer uma edição do Destak e isso para mim é um sinal inequívoco de civilização. Voltando ao essencial, no Sudoeste qualquer porcaria marcha bem. Desde caldinhos de coentros a sandes de qualquer coisa desconhecida que não era concerteza a bifana que o cartaz anunciava. No Sudoeste qualquer sesta de hora e meia num colchonete ao ar livre é uma retemperadora de noite de sono. Qualquer cagada na mata com (ou sem) papel higiénico é um orgasmo. E os duches frios, conhecidos como sopa de micose, são apenas das melhores sensações do dia. Conclusão: o Sudoeste não é para meninos nem para gente com nojo de comer do prato do vizinho.